Neve em Sampa?
Ricardo Barros Sayeg
Alguns dizem que já nevou em São Paulo em 1918 e em 1925, entretanto, o que ocorreu foi uma forte geada. Pelo menos é o que acusam os registros do serviço meteorológico dos dias 25 de junho de 1918 e 24 e 28 de julho de 1925. A confusão se fez porque o cristal de neve é semelhante ao cristal de geada, segundo Mário Festa do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP.
Para ter neve tem de haver nuvem no céu, o que não ocorreu naqueles dias. Segundo as marcações, o índice de nebulosidade foi igual a zero, ou seja, nenhum.
Realmente naqueles dias fez muito frio, em especial no dia 25 de junho. Naquela data, os termômetros marcaram 1,2 grau negativo. Este cenário provocou uma geada rara, o que deixou a população impressionada.
As condições geográficas onde está situada a cidade de São Paulo tornam a queda de neve um fenômeno muito raro por essas bandas. Estamos numa zona tropical, um pouco afastados do polo Sul para ter massa de ar polar intensa capaz de formar neve, além disso nos situamos a menos de 800 metros de altitude, o que não colabora também para a formação de neve.
Quanto ao granizo ele é bem mais frequente em São Paulo. De forma simples, a diferença entre neve e granizo está no tamanho das partículas, enquanto a neve é formada por partículas bem pequeninas, as partículas de granizo podem alcançar até 10 centímetros de diâmetro.
Nas altas altitudes, as nuvens usualmente têm partículas congeladas. Na maior parte das vezes, entretanto, elas derretem na precipitação, quando se aproximam do solo, por causa da temperatura mais alta — em vez de neve, viram chuva; por isso é preciso de temperaturas no solo próximas de zero para que a neve ocorra.
Então, se você quiser ver neve, não deve ficar em São Paulo não. Deve se dirigir ao sul do país. Por lá você verá neve de verdade!

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