ATENTADO AO PRESIDENTE
Ricardo Barros Sayeg
Nesse momento há uma enorme preocupação com a segurança na posse do presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva, no próximo dia primeiro de janeiro.
Entretanto, o primeiro presidente civil do país, Prudente de Morais, sofreu um atentado durante seu governo.
No dia 5 de novembro de 1897, as tropas que haviam lutado na derrubada de Canudos foram recebidas pelo presidente, alguns ministros e muitos funcionários públicos. O presidente foi alvo de um soldado da 3ª Companhia do 10º Batalhão de Infantaria, Marcellino Bispo de Miranda.
A vítima fatal, no entanto, foi o ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, que jogou o corpo para proteger o chefe de Estado ao perceber a aproximação do agressor com um punhal. Ficou ferido ainda o coronel Luiz Mendes de Moraes, chefe da Casa Militar. O autor teria agido a mando de adversários políticos e foi encontrado morto por enforcamento, na cadeia, poucos dias depois.
Ocorre que o Marechal Floriano Peixoto, que havia governado provisoriamente de 1891 até 1894, não aceitava um governo nas mãos dos civis e constantemente conspirava contra o governo em exercício.
O cenário político brasileiro estava conturbado com duas facções republicanas – os radicais florianistas e a oligarquia cafeeira – em meio a grave crise econômica e ao repúdio a medidas oficiais para incentivar a industrialização. Somava-se a isso também o desagrado pelo desfecho da Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, em que o presidente havia negociado, em 1895, com os maragatos, anistiando os rebeldes a Júlio de Castilhos e ao federalismo.
Suspeitou-se que o vice-presidente Manuel Vitorino, membro da ala florianista mais radical, tivesse participado da conspiração, mas ele jurou inocência.
Depois do atentado foi decretado estado de sítio até a posse de Campos Salles, em 15 de novembro de 1898.
O Marechal Carlos Machado de Bittencourt, vítima fatal no atentado a Prudente de Morais e patrono da Intendência no Exército.
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