ZUMBI DOS PALMARES E O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

ZUMBI DOS PALMARES E O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Ricardo Barros Sayeg 

O dia 13 de maio de 1888 marcou oficialmente o fim da escravidão no Brasil, através de uma lei assinada pela Princesa Isabel, durante uma viagem de Dom Pedro II ao exterior. Naquela oportunidade e nos dias posteriores houve uma série de festividades, principalmente no Rio de Janeiro, capital do Império. Vários ex-escravos saíram às ruas comemorando o feito. É verdade que em várias regiões do país o trabalho escravo persistiu e só foi abolido no século XX. Ainda nos dias de hoje, volta e meia, a imprensa nos dá informações sobre a existência de trabalho escravo em várias regiões do país.

O movimento negro, então, resolveu não mais prestigiar essa data, e comemorar a negritude no dia 20 de novembro, denominado Dia da Consciência Negra. Razão mais que justa, pois, de fato, o 13 de maio foi uma data que ocorreu de “cima para baixo”, sem a participação dos principais interessados no tema, apesar de haver no Brasil um movimento abolicionista bem forte naquele período, principalmente nas cidades mais importantes do sudeste do país.

O Dia da Consciência Negra não existe por acaso. Em 20 de novembro de 1695, Zumbi, principal liderança do Quilombo dos Palmares – a maior comunidade formada por escravos fugitivos das fazendas no interior de Alagoas – foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, após liderar uma resistência que resultou no início da destruição daquela sociedade. Portanto, comemorar o Dia da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva na memória coletiva essa figura tão importante para a história do Brasil e para o povo negro em especial. Não somente a imagem do líder, mas também a sua importância na luta pela libertação dos escravos. 

Rememorar Zumbi dos Palmares é manter viva a chama pelo fim da discriminação racial e pela melhoria das condições de vida do povo preto.




Comentários