TENHO QUE MANTER A MINHA FAMA DE MAU!
Ricardo Barros Sayeg
Há algum tempo atrás, quando lecionava para os sextos anos do Fundamental II, logo no início do ano letivo, eu entrava cantando esse trecho da música do Erasmo Carlos nas salas de aula. Meu objetivo era claro: colocar um medinho nos alunos para que eles estudassem e fossem bem nas avaliações.
Erasmo Carlos faleceu ontem, dia 21 de novembro, no Rio de Janeiro, e deixou um enorme legado para a música popular brasileira. Não só para Jovem Guarda, movimento que se desenvolveu no Brasil nos anos 1960 e 1970, mas para a música nacional como um todo.
O cantor falou que ficou com um apertinho no coração quando foi avisado pela direção da TV Record que aquele era o último programa da Jovem Guarda, em 24 de outubro de 1968. Entretanto, com Elis Regina, que regravou muitas músicas da dupla dele com Roberto, em meados dos anos 1970, se sentiu novamente valorizado. A partir daí suas composições com Roberto Carlos só se intensificaram. Ele partiu também para sua carreira solo.
Durante a ditadura e o exílio de Caetano em Londres, compôs Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos, em homenagem ao grande compositor baiano.
No movimento das Diretas Já participou ao lado de Osmar Santos e das grandes figuras políticas do campo democrático, junto ao povo, na Praça da Sé, em São Paulo, pelo clamor pelas eleições diretas no país, movimento que não alcançou êxito, mas resultou na vitória de Tancredo Neves.
Muito admirado por outros cantores e compositores e conhecido como o gigante gentil pelos seus 1 metro e noventa e três de altura, Erasmo se foi ontem, mas deixou um recado para todos:
"É preciso saber viver!"
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