JÔ SOARES

JÔ SOARES

Ricardo Barros Sayeg 

Nunca tive a oportunidade de encontrá-lo pessoalmente, mas sei do seu inestimável valor como artista.

Adorava suas entrevistas com pessoas comuns, como a daquele vereador gago ou de gente como a pintora finlandesa nonagenária que só deu foras no Jô durante toda a conversa (dei muitas gargalhadas!)

Jô soares não fazia distinção entre famosos ou pessoas comuns: eis o sucesso de seu programa de entrevistas. Mas ele não se limitou a isso. Foi um excelente humorista que, através dos seus personagens criticava a situação política, social e econômica do país.

Foi também um grande escritor. Li todos seus livros e fiquei impressionado com seu conhecimento sobre o Segundo Império em o Xangô de Baker Street. Era também artista plástico e suas obras eram bastante interessantes e originais.

Talvez, Jô tenha tido poucas frustrações na vida: a de não ter escolhido para fazer parte da Academia Brasileira de Letras e quando teve sua rua pichada em Higienópolis com os dizeres: "Morte ao Jô!", fruto da intolerância política do momento atual.

Mas Jô Soares ficará para sempre em nossas mentes e nossos corações por atuar sempre em favor do teatro, da literatura, da cultura e da democracia num país bastante carente de todas essas coisas.

Jô: vá em paz! Saiba que você fez enorme diferença aqui embaixo e contribuiu muito para o desenvolvimento e a inteligência do nosso país!

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Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.



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