A CARNE MAIS BARATA DO MERCADO É A CARNE NEGRA
Nos últimos dias o Brasil e boa parte do mundo foram surpreendidos por uma atitude bárbara: o linchamento em plena praia da Barra da Tijuca do congolês Moïse Kabagambe, um homem negro. Ao que tudo indica Moïse havia, naquele fatídico dia, se dirigido ao quiosque Tropicalia para cobrar duas diárias referentes a trabalhos prestados. Foi recebido por cinco homens que o espancaram até a morte. Depois dizem que nesse país não existe nem xenofobia, nem racismo, nem preconceito. O caso do congolês não é fato isolado. Lembram-se do cidadão negro espancado até a morte numa das lojas do Carrefour de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul? Ou mais recentemente do repositor de mercadorias morto por um sargento da Aeronáutica na entrada do condomínio onde morava? O sargento alegou legítima defesa. Só que o homem estava desarmado. E pior, era seu vizinho! A alegação do sargento não colou e agora ele foi indiciado por homicídio doloso, aquele onde há intenção de matar.
O racismo estrutural está enraizado na história do Brasil e cabe aos governos implementar políticas públicas para acabar com esse verdadeiro cancro que caracteriza nossa sociedade. A sociedade civil organizada também tem seu papel, assim como escolas, universidades e demais locais de formação. Não podemos tolerar mais esse tipo de atitude contra ninguém: seja ele negro, branco, amarela ou de qualquer outra cor. A sociedade deve dar um basta a essas atitudes de preconceito, intolerância e violência.
Moïse Kabagambe: espancado até a morte na praia da Barra da Tijuca ao ir cobrar diárias em atraso num quiosque.
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