EU, HARE KRISHNA
O Movimento Hare Krishna data de uma época muito antiga. Ele se baseia na coleção de quatro obras hindus denominadas shruti), compiladas por Vyasadeva (Veda Vyasa) e escritas pelo próprio Krishna, a Suprema Pessoa. Como segue uma tradição onde o conhecimento é passado de mestre para discípulo, sobreviveu intacto até os dias de hoje, chegando ao século 21, onde vários mestres espirituais seguem seus preceitos.
Quando era adolescente, eu e meus amigos adorávamos frequentar o templo Hare Krishna, da rua Bom Pastor, no Ipiranga. Os deuses eram representados de forma bem colorida e com olhares bastante expressivos, havia muita música e um grande misticismo no ar. Mas nós éramos atraídos mesmo pelo prasadam, um prato típico hindu, totalmente vegetariano, temperado com iguarias daquela parte do Oriente.
Cantávamos todos juntos, dançávamos, adorávamos os deuses deles, mas não víamos mesmo a hora de comer o prasadam.
Em termos literais, prasadam significa “misericórdia”, e é uma palavra utilizada para designar o ato de oferenda a Krishna, uma das mais cultuadas divindades do hinduísmo. Na prática, o prasadam é utilizado para descrever o mais puro alimento vegetariano oferecido a Krishna, antes que seu próprio produtor possa consumi-lo. Como objetivo, essa oferenda busca transformar um mero alimento, em substância espiritual. Então o alimento era oferecido a Krishna e depois repartido entre todos. Me sentia muito bem depois de me alimentar!
Confesso que fiquei apaixonado pela filosofia Hare Krishna, mas minha mãe me impediu de raspar a cabeça e de utilizar suas vestes:
- Você está louco menino? Vai viver de quê? Da venda de incenso e de livrinhos nas ruas?
- Tá bom, mãe! Vou procurar outra coisa para fazer da vida. Disse eu quando tinha uns quatorze anos de idade.
Mas quase todos os domingos frequentava o templo no Ipiranga e arrastava meus amigos para conhecer também.
Como todos sabem, não virei Hare Krishna, mas sua filosofia e seus ensinamentos fazem parte da minha vida até hoje!
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