BORBA GATO PEGANDO FOGO

BORBA GATO PEGANDO FOGO

Ricardo Barros Sayeg

Neste dia 24 último o movimento Revolução Periférica colocou fogo na estátua do bandeirante Borba Gato situada em Santo Amaro. Na verdade essa manifestação vem na esteia de outros movimentos no mundo inteiro que se manifestam contra líderes escravocratas, caçadores de índios ou fascistas. E Borba Gato se encaixava bem nesse perfil.

Manuel de Borba Gato, que viveu entre 1649 e 1718, foi um bandeirante paulista, nascido em Santo Amaro. Iniciou suas atividades com o sogro, Fernão Dias Paes. Quando faleceu, com 69 anos de idade, ocupava o cargo de Juiz ordinário da vila de Sabará. Além de descobridor de minas e escravocrata, foi hábil administrador no fim da vida.

A estátua de concreto, que demorou seis anos para ser construída, tem dez metros de altura e estrutura feita com trilhos de bonde. É revestida por basalto e mármore. O monumento pesa 20 toneladas, sendo que só a cabeça, que foi a parte mais difícil de ser colocada por ter sido necessário içá-la por mais de dez metros de altura, tem três toneladas.

É um monumento ao mal gosto, mas também é o retrato de uma época.

Em todo mundo ocidental, monumentos desse tipo têm sido alvos de grupos contrários a essas figuras históricas, principalmente após a morte de George Floyd nos EUA e o surgimento do movimento Black Lives Matter.

É o povo organizado tomando consciência e se manifestando contra o passado de violência global.



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