PITTY E A CORREÇÃO DE PROVAS

PITTY E A CORREÇÃO DE PROVAS

Lembro-me como se fosse hoje. Cheguei em casa com centenas de provas para corrigir. Dava mais de 50 aulas por semana em três colégios particulares. Tinha um monte de alunos!

Cheguei em casa, tomei um banho, jantei e me pus a corrigir as avaliações 

A Pitty era uma cadelinha Dashshund (salsicha), que ganhei dos meus alunos do Externato Assis Pacheco, em Perdizes. Os irmãos Zimma me disseram-que iriam me dar um presente do qual eu jamais me esqueceria. A Pitty tinha dois meses e chegou numa caixinha com um lencinho vermelho amarrado no pescoço: paixão à primeira vista!

Bom, mas voltando aos exames, a Pitty sempre ficava ao meu lado quando eu corrigia as avaliações. Ouvia também minhas bravatas: 

- Mas eu expliquei isso mil vezes, como é que fulano pode responder dessa forma! Ou então:

- Meu Deus, mais um zero! Eu não acredito!

Depois das oitenta primeiras correções já estava com a vista embaralhada e a Pitty tinha desaparecido. Depois de um pequeno intervalo voltei à correção. Percebi, no entanto, que estavam faltando cinco provas de uma sala. Conferi a lista de comparecimento e percebi que todos haviam assinado.

Quando procurei a Pitty pela casa percebi que ela estava atrás do sofá rasgando aquelas cinco avaliações. Entrei em desespero, mas consegui arrancar os testes da boca dela. Dei uma bronca na minha cachorrinha querida que se escondeu na sua casinha com o rabinho entre as pernas.

No dia da entrega pedi desculpas aos meus alunos que tiveram suas provas devoradas pela Pitty e expliquei o ocorrido. Eles me desculparam e deram boas risadas. Só me pediram uma coisa: para eu levar minha cadelinha na próxima reunião de pais, mestres e alunos.

Ela fez um baita sucesso, mesmo porque aqueles alunos tinham tirado nota baixa e essa foi uma das justificativas deles aos seus pais: a Pitty havia devorado suas provas!

Pitty: carinha de anjo, mas adorava devorar uma provinha de História.



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