O PROJETO DE UM BRASIL MODERNO QUE ESTÁ MORRENDO AOS POUCOS

O PROJETO DE UM BRASIL MODERNO QUE ESTÁ MORRENDO AOS POUCOS
Em 1922 surgiu em São Paulo a Semana de Arte Moderna. O objetivo era a criação de uma arte totalmente nacional, independente da arte européia que influenciava os artistas da época. Nomes como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Heitor Vila lobos, entre tantos outros, propunham uma nova estética nas artes plásticas, na prosa, poesia e também na música. Apesar da ditadura que se estabeleceu no Brasil de 1937 a 1945, o chamado Estado Novo, Getúlio Vargas deu certa liberdade aos artistas. Oscar Niemayer e Lúcio Costa criaram alguns prédios públicos nesse período e Villa Lobos foi um grande expoente da música no país. Nos anos 1950 houve um grande avanço da arquitetura modernista e o mesmo ocorreu no início dos anos 1960.
Os militares, que tomaram o poder em 1964, apesar de estabelecerem a censura e uma dura repressão aos opositores ao regime, permitiram uma relativa liberdade na produção artística. Alguns escritores, poetas, artistas plásticos e músicos (muitos declaradamente comunistas) eram censurados, mas podiam tentar outra vez adaptando suas obras que, muitas vezes, passavam pela censura, como é o caso de Chico Buarque de Holanda e tantos outros.
Entretanto, o que estamos vendo nos dias atuais é uma desmontagem do setor cultural no país. Essa é uma atividade que necessita de recursos públicos para existir. Sem esses recursos não há criação, nem experimentação. A iniciativa privada só patrocina aquilo que, de alguma forma, dará retorno a ela. Por isso vivemos um momento tão singular e desastroso da nossa história cultural. Além da pandemia que não permite aglomerações e, portanto, espetáculos com público, não há incentivos por parte do Estado, o que faz muitos artistas passarem por enormes dificuldades.
E assim o Brasil vai perdendo sua identidade aos poucos. Vendo morrer o teatro, o cinema, as artes plásticas, a produção literária em geral e o projeto de um país moderno que foi criado por vários intelectuais e artistas brasileiros.
Tristes tempos!
O Ministério da Educação e Saúde Pública no Rio de Janeiro: projeto de Lúcio Costa, de seu aluno Oscar Niemayer e painel de Roberto Burle Marx





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