ETERNA ELIS
Me lembro como se fosse hoje o dia da morte de Elis Regina: 19 de janeiro de 1982. Era adolescente e tinha acabado de ser contratado pela Promotil, uma empresa da família Bussab que era proprietária das antigas Casas Buri.
Foi um amigo que me deu a notícia. Naquele momento fiquei tão abalado que comecei a chorar copiosamente. Meses antes, passava todos os dias na porta do Teatro Bandeirantes, na Brigadeiro, próximo da minha casa para ver se a encontrava na saída da rua Pedroso. Na época estava em cartaz o show Falso Brilhante.
Elis era fantástica. Ela nasceu no Rio Grande do Sul, por lá iniciou sua carreira e embarcou rumo ao Rio de Janeiro. Lá, fez shows no Beco das Garrafas com Miele e Ronaldo Bôscoli, seu futuro marido, e outros expoentes da música brasileira.
Logo, foi convidada pela família Machado de Carvalho para fazer vários programas na TV Record ao lado de Jair Rodrigues, outro artista sensacional!
Elis era uma mulher forte. Não tinha medo do regime militar, nem da censura. Se gostasse de um compositor e de uma música, mesmo que crítica aos militares, ninguém segurava a pimentinha que fazia de tudo para gravá-la.
Anos depois dei aula para um de seus filhos, João Marcelo Bôscoli, no INDAC, escola do Jardim Europa. Quando soube que era filho de Elis fiquei bem emocionado, mas evitei tocar no assunto com o menino. Mais para o final do ano, confidenciei-lhe que era um grande fã da sua mãe. Ele ficou muito feliz. No conselho de classe final dei um empurrãozinho para passar o rapaz, afinal de contas era o filho da Elis!
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