VIVENDO NUMA BOLHA

VIVENDO NUMA BOLHA

Quando era adolescente fiquei muito impressionado e comovido com um filme norte-americano que assisti: O Menino da Bolha de Plástico (The Boy In The Plastic Bubble, EUA, 1976), com John Travolta, ainda adolescente. A obra nos mostrava um jovem que possuía uma doença incurável e que, portanto, não podia ter contato com o mundo exterior, devido à sua baixa imunidade. Ele se alimentava, assistia aulas e se comunicava com seus amigos dentro de sua bolha.

Hoje vivemos num mundo onde a internet e as redes sociais criaram bolhas para que todos vivam com seus pares em ideias, para que entre eles não haja contradições, nem conflitos. Os algoritmos favorecem bastante esse novo comportamento, pois permitem juntar pessoas de acordo com seus graus de afinidade política ou ideológica.

Entretanto, esse novo mecanismo fez nascer grupos radicais que acreditam fielmente em suas ideias, crenças e opiniões, que não estão dispostos nem a ouvir, nem a debater com quem pensa de forma diferente. Aí vemos nascer grupos fascistas, de extrema direita ou da extrema esquerda que procuram desqualificar os outros por suas crenças ou convicções. E isso é uma tragédia do ponto de vista intelectual e para a Democracia. A Democracia pressupõe, antes de tudo, a troca de experiências e de pensamentos contraditórios. Quando nos fechamos em nossos próprios pensamentos ou apenas com quem simpatizamos estamos parando no tempo e deixando de evoluir para a construção de uma verdadeira Democracia.



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