E O POVO?

E O POVO?

Estamos assistindo nos últimos tempos disputas acirradas entre os chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. São disputas que envolvem desde quem deu mais valor ao desenvolvimento e aprovação da vacina contra o novo coronavírus, às privatizações de empresas públicas, à prisão em segunda instância ou às eleições de 2022. 

Mas o principal afetado por essas mudanças - o povo - encontra-se fora do debate. É como se nós não existíssimos para a classe política. Nossa presença só é notada quando das eleições à presidência ou aos cargos legislativos. 

E isso foi visto na posse do atual presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele se dirigiu aos demais parlamentares, prometendo mundos e fundos, mas não teve uma palavra sequer dirigida aos mais de 210 milhões de brasileiros que dependem das decisões da Câmara dos Deputados.

Brasília é uma ilha totalmente isolada do restante do Brasil. Por lá se tomam decisões que muitas vezes interessam a vida dos parlamentares, de grupos de interesse, do próprio governo, mas que deixam o povão totalmente fora das escolhas tomadas.

Quando Brasília foi construída, pelo governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), um dos objetivos era exatamente esse: isolar a capital do país dos grandes centros urbanos para tomar decisões mais sensatas sem a pressão da população. Entretanto, o que se viu foi exatamente o contrário: decisões que na maioria das vezes não ouvem a voz das ruas e vão contra o interesse do povo. 

Brasília: e o povo?



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