AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO E A FALTA DE EMPATIA

 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO E A FALTA DE EMPATIA

Quando vi as cenas daquele cidadão negro apanhando de seguranças num Carrefour de Porto Alegre. algo me chamou atenção: pouca gente estava por perto para pedir que os agentes parassem de bater no homem, que acabassem com aquela barbaridade. O mesmo aconteceu pouco tempo atrás com George Floyd, nos EUA. E isso ao meu ver tem relação com a falta de empatia com o outro. A humanidade está perdendo gradativamente a sensibilidade para sentir o que os outros sentem: a felicidade, o sofrimento, a dor. E isso tem relação com as novas tecnologias da informação e da comunicação que estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Estamos substituindo o olho no olho por uma tela de computador. cada vez mais. Com a atual pandemia, o que já era péssimo piorou ainda mais, pois grande parte das pessoas está confinada em suas casas, não podendo exercer o contato direto com outras pessoas.
No Japão, país caracterizado pela utilização cada vez maior das novas tecnologias, robôs fazem o papel que antes era exercido por pessoas: alguns são acompanhantes de gente solitária, outros são atendentes em cafés ou restaurantes. Mais adiante não teremos a companhia do motorista de táxi ou do Uber que serão substituídos por carros autômatos, os atendentes dos bancos já estão em extinção (hoje muitas de suas funções são feitas pelo meio virtual), a educação a distância se impôs no setor educacional, cirurgias já podem ser feitas também a distância, bem como atendimentos jurídicos.
Caminhamos para uma solidão sem fim. Não sabemos se estamos sendo ouvidos ou se temos apenas a companhia de Eco.
Na mitologia grega Hera desconfiou, com razão, que seu marido Zeus se divertia com as ninfas. Enquanto várias delas se escondiam de Hera, Eco tentou distraí-la com uma conversa e, por isso foi castigada: só seria capaz de falar repetindo o que os outros dissessem.
Nas redes sociais, muitas vezes não sabemos se estamos sendo ouvidos ou se temos apenas a companhia de Eco.

Eco, pintura de Alexandre Cabanel.




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