UM POSSÍVEL GOVERNO BIDEN E A POLÍTICA DE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
Quando ocorreu o golpe de 1964 no Brasil quem estava no poder nos Estados Unidos era um democrata: Lyndon Johnson (1963-1969). Entretanto, naquele momento o contexto era outro: vivíamos a Guerra Fria, entre os EUA e a URSS. Cuba havia se tornado um país socialista, apoiado pelos soviéticos e existia um clima de constante tensão no ar.
Entretanto, a postura dos democratas mudou após o governo Jimmy Carter (1977-1981). A partir daquele período, os Estados Unidos deixaram claro seu interesse em colaborar com processos de investigação sobre atrocidades cometidas pelos governos, em especial na América Latina, e o papel norte-americano nelas.
Desde o governo Clinton, nos anos 1990, documentos secretos têm se tornado públicos. Mas foi na gestão Obama que a abertura dos arquivos secretos do governo dos EUA ganhou feições de política externa: a "diplomacia da abertura".
Além do Brasil, Argentina e Chile também receberam acesso a documentos, em um esforço norte-americano para melhorar sua imagem e seu relacionamento na região.
A visita de Biden à Dilma em 2014 foi importante momento onde esses documentos foram divulgados ao governo brasileiro.
Biden tem, nos direitos humanos, um dos principais pilares de sua campanha à presidência.
Mas embora ainda exista um grande arquivo intocado sobre a história da ditadura do Brasil, especialmente de informações dos órgãos de inteligência como FBI e CIA, é improvável que Biden faça qualquer nova abertura se vencer o pleito de novembro próximo.
Isso porque documentos secretos americanos sobre outros países só podem se tornar públicos se os governos dessas nações requisitarem acesso aos americanos. E hoje não há interesse no governo brasileiro por esse tipo de informação.
Agora, em um possível governo Biden, com Bolsonaro no Brasil, existe um contexto completamente diferente. Mas se o governo brasileiro cometer violações de direitos humanos, a administração Biden agiria de modo muito mais rápido e negativo do que Trump.
Estou com Biden
ResponderExcluir