E O BRASIL COM BIDEN?

 E O BRASIL COM BIDEN?

Caso Joe Biden seja eleito nas próximas eleições americanas, isso completaria o isolamento do Brasil no mundo, exigiria uma reconstrução da relação com os EUA "a partir do zero" e iria obrigar o governo a repensar sua política externa. Isso quem disse não fui eu não. Foi o embaixador e ex-ministro Rubens Ricupero.
Em entrevista à Jamil Chade, do portal UOL, Ricupero afirmou:
"Se Trump for derrotado, a primeira consequência é mostrar que a onda que encarnou e parecia em ascensão irreversível - a onda do populismo nacionalista antiliberal anticientífico - foi revertida.” Nós acordaríamos do pesadelo para enfrentarmos a dura realidade.
O embaixador afirmou que nos últimos tempos, os Estados Unidos foram fortemente marcados pelos governos de três presidentes: Franklin Roosevelt, autor do New Deal e criador de um governo de bem estar social, Ronald Reagan que colocou em pauta sua política neoliberal, guiado por Margaret Thatcher e Donald Trump, que reforçou o neoliberalismo da Era Reagan.
Com Biden no poder, o governo norte-americano deverá voltar a “dar prioridade ao aquecimento global, economia verde de baixo carbono, a desigualdade crescente, a busca nas relações internacionais de cooperação, mesmo entre regimes diferentes, para enfrentar desafios comuns, o reforço ao sistema da ONU e da OMC, o reforço dos direitos humanos, igualdade de raças, de gênero, tudo isso. Sobretudo haveria rejeição total à guerra cultural alimentada pelos fundamentalistas religiosos em matéria de LGBTs, aborto, controle de natalidade, temas encorajados pelo governo Trump e Bolsonaro, entre outros, mas inteiramente rejeitado por Biden”
O governo Bolsonaro, nesse cenário, ficaria numa situação difícil, visto que teria de reformular toda sua política ou simplesmente ficar isolado do resto do mundo.
Internamente, Bolsonaro já aprendeu que não consegue governar sem o centrão, sem os políticos que ele antes “repudiava”, agora terá de promover uma enorme guinada nas políticas interna e externa se quiser se manter no poder.




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