A PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS: UMA PEQUENA HISTÓRIA PARA NUNCA NOS ESQUECERMOS

A PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS: UMA PEQUENA HISTÓRIA PARA NUNCA NOS ESQUECERMOS

Ricardo Barros Sayeg

Era novembro de 2019, casos envolvendo um novo tipo de vírus foram identificados em Wuhan, na China. Os médicos chineses, entretanto, só dizem ter identificado o primeiro caso no dia 1º de dezembro e reportaram as autoridades só no dia 31. A doença havia sido indentificada em Wuhan, uma importante cidade chinesa, na província de Hubei. Os cientistas diziam que a doença tinha uma origem zoonótica, porque os primeiros casos tinham ligação com o Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, que também vendia animais vivos, entre eles, morcegos e pangolins. A cidade também possuía um laboratório de biossegurança nível 4, onde são estudados e manipulados diversos agentes biológicos, inclusive o vírus Ebola. No início parecia uma epidemia, que para nós brasileiros, ocorria do outro lado do mundo.
Estávamos muito felizes com a passagem do ano. 2020 seria ótimo para o Brasil. Certamente se avizinhava uma recuperação econômica após anos de estagnação. O governo flertava com atitudes autoritárias, mas até aí tudo bem, íamos levando...Resistíamos ao ímpeto autoritário de Bolsonaro, que volta e meia, incentivava manifestações em favor de um golpe político e para o fechamento do Congresso Nacional e do Superior Tribunal Federal. Continuávamos num país livre, apesar dos pesares e podíamos nos manifestar.
No mês de janeiro, comecei a prestar maior atenção ao noticiário e ele nos dava conta de um novo vírus que estaria surgindo na China com potencial de epidemia: era uma espécie de novo coronavírus.
O mês de janeiro passou na maior normalidade. Tudo estava bem. Muita gente tinha programado as viagens do final do ano pelo Brasil e para alguns lugares do mundo. A criançada que vinha de famílias de posse programava suas férias para a Disney. Muitos casais apaixonados iam para a Europa visitar os museus, as diversas atrações do Velho Mundo e, principalmente, iriam entrar em contato com a neve.
No dia 9 de fevereiro, 34 brasileiros que viviam na cidade de Wuhan foram repatriados. Foram enviadas duas aeronaves para a China e logo que chegaram ficaram por 14 dias na base aérea de Anápolis, em quarentena
Aqui no Brasil, o Carnaval trouxe muitos estrangeiros. O Rio e outras grandes capitais do país tiveram sua capacidade hoteleira quase que totalmente ocupada. Me lembro de ver, numa reportagem, um italiano dançando desajeitadamente um samba improvisado com diversas brasileiras do lado. Parecia que nada estava acontecendo. Era para ser um ano feliz!
Em 26 de fevereiro, entretanto, as coisas mudaram, um paciente foi internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, com sintomas da nova doença. Dias depois confirmou-se que ele estava com o novo vírus.
Daqueles tempos para cá o Brasil e o mundo viraram de ponta cabeça: o novo vírus modificou a forma como vemos a vida, a economia e o mundo que nos rodeia.
O COVID-19 modificou tudo no qual acreditávamos e nossas relações com os outros!
Estamos ainda no meio do turbilhão, sem previsão para acabar!

Carnaval 2020 no Brasil: as autoridades poderiam ter evitado o avanço do novo coronavírus!


Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.




Comentários