PANEM ET CIRSENSES
Ricardo Barros Sayeg
A política do pão e circo foi criada durante o governo do imperador Otávio Augusto (27 a.C. a 14). Na Roma antiga o índice de desemprego entre os camponeses aumentou muito devido à introdução do trabalho escravo em Roma, em função da política de invasões e expansão territorial.
Em função disso, era necessário criar algum tipo de atrativo e fornecer alimentação mínima para que essa população não se revoltasse. Foram então criados grandes espetáculos públicos como a luta de gladiadores ou o desafio entre escravos, cristãos e animais ferozes. Na porta dos estádios, onde esses espetáculos eram realizados, era distribuído pão para o povo que vinha assisti-los. Dessa maneira eram controladas as revoluções que poderiam ocorrer numa população com fome e sem acesso a nenhum tipo de diversão ou entretenimento, podendo colocar em risco o poder do Império.
Essa prática chegou até os dias atuais e com o desenvolvimento dos meios eletrônicos e informatizados de entretenimento é amplamente utilizada pelos atuais governos.
No momento o circo se traduz nas novelas da tv, nos filmes e seriados, nos jogos esportivos ou eletrônicos. Já o pão, esse está ficando cada vez mais caro e inacessível para os mais pobres. Mesmo assim, quando se chega a uma situação limite, os governos acham alguma forma de baratear os alimentos dando subsídios a diversos itens da cesta básica.
E assim o povo vai sendo levado e enganado. Vivendo a vida sem maiores reflexões e sem lutar por seus direitos ou por condições mais dignas de existência.
E daí se explica a falta de investimentos em Educação e nos serviços básicos de atendimento à população.
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.
Panem et Circenses: política do imperador Otávio Augusto que chegou até os dias de hoje.
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