O PORQUÊ DA ESTABILIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO
Ricardo Barros Sayeg
A estabilidade do funcionário no serviço público foi criada para atrair servidores gabaritados para os diversos cargos do Estado, evitar que fossem demitidos a qualquer mudança de governo e compensar a falta de indenização e FGTS em caso de demissão.
Pois bem, essas características do serviço público estão prestes a acabar com a PEC da Reforma Administrativa que penaliza os servidores que estão entrando a partir de agora nas carreiras de Estado.
Interessante, que ficaram de fora auditores da Receita Federal, juízes, diplomatas, congressistas: deputados e senadores, entre outras carreiras.
E tudo isso com a ideia de aumentar a produtividade no serviço público. Como? Quem vai ter interesse em ser servidor público a partir de agora? Só pessoas que não terão nenhuma qualificação para assumir certas funções.
Alguns setores da população estão felizes. Dirão: tá vendo se ferraram! Kkkkkkkkk. Só que esses pobres coitados não vêem que a reforma afeta a eles mesmos, na medida em que serviços como Educação, assistência médica e social ou serviços policiais e de segurança serão duramente afetados. Eles ficarão à mercê do governante que assumir a chefia da administração. E serão atendidos por gente medíocre, sem qualificação.
Outra questão é de quem está no serviço público que não será pretensamente afetado pelas novas regras. Com mudanças no funcionalismo como um todo, certamente serão. Além disso, surgirão categorias de servidores: os antigos, com uma série de vantagens e os novos: sem vantagem nenhuma. E isso certamente causará um desconforto entre os funcionários.
Uma outra reforma seria possível: é claro que sim! Mas ela não está no horizonte das elites e do governo.
Pobre Brasil: tão perto de Guedes e Bolsonaro, tão longe de Deus!
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.
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