A BIELORRÚSSIA E LUKASHENKO
Ricardo Barros Sayeg
Com o esfacelamento da União Soviética, a Bielorrusia declarou sua independência no dia 25 de agosto de 1991. Os bielorrussos que acreditavam no nascimento de uma democracia no país, acabaram se encontrando com um novo regime autoritário, dessa vez liderado por Alexander Lukashenko. O novo líder tomou algumas medidas econômicas, colocando o país na economia de mercado e rompendo com o controle estatal, mas aperfeiçoou os métodos de controle político e repressão.
Lukashenko também despreza a ciência, como alguns de seus colegas. Quando a crise do novo coronavírus surgiu no país, o presidente disse que as pessoas poderiam se curar bebendo vodka e tomando sauna!
A população do pequeno país tem 80% de bielorrussos nativos e os 20% restantes são pessoas que vieram de países próximos.
Esse líder político está no poder há 26 anos. Não à toa é conhecido como "o último ditador da Europa".
Nessas últimas eleições ele se reelegeu com 80% dos votos válidos e há enormes suspeitas de fraudes no pleito.
As candidatas que o confrontaram e obtiveram o maior número de votos agora lideram a oposição que não dá trégua ao governo. Quase todas as semanas há manifestações contra Lukashenko nas ruas de Minsk, capital do país e em outras cidades, que são reprimidas com o uso da força e da violência.
Funcionários públicos e de empresas privadas que se colocam na oposição ao regime são demitidos; jornalistas e políticos da oposição são duramente perseguidos ou presos.
Mas a oposição a Lukashenko não arreda o pé das ruas em hipótese alguma e chama cada vez mais atenção da opinião pública mundial.
Será que estamos assistindo ao fim do governo do último ditador da Europa?
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP
Alexander Lukashenko: o último ditador da Europa.
Comentários
Postar um comentário