RACISMO: UMA CHAGA QUE NÃO QUER CICATRIZAR

RACISMO: UMA CHAGA QUE NÃO QUER CICATRIZAR

Ricardo Barros Sayeg

O racismo contra os afrodescendentes no Brasil e em outros lugares do mundo como os Estados Unidos tem se mostrado cada vez mais constante nos últimos tempos. Isso foi maximizado com a utilização das novas tecnologias como os celulares com máquinas fotográficas e a comunicação em tempo real.

Nos EUA, a morte de George Floyd foi o estopim de um movimento que tomou as ruas: o "Black Lives Matter" que até hoje tem mostrado sua força em muitas cidades estadunidenses.

No Rio, um jovem negro que foi comprar um relógio para o seu pai para presentear seu progenitor no Dia dos Pais foi abordado pelos seguranças de um shopping e agredido como se fosse um bandido.

No Paraná, uma juíza teve a cara de pau de emitir na sua sentença a cor da pele de um réu negro para aumentar sua pena. Fato que está sendo investigado pelas autoridades jurídicas constituídas.

No Brasil e nos EUA, bem como em outros países do mundo, os chefes de Estado não tem se mostrado sensíveis a esses  problemas. Pelo contrário. Nos EUA, o presidente Donald Trump mandou reprimir com violência as manifestações e gerou uma reação mais violenta da população.

O candidado do Partido Democrata às próximas eleições para a presidência dos EUA, Joe Biden escolheu uma candidata negra para ser sua vice-presidente: um sinal de que ainda há esperança na classe política daquele país, onde os afrodescendentes são apenas 14% da população.

No Brasil, o caminho ainda é longo. Os negros por aqui são mais de 50% mas, mesmo assim, essa população ainda é tratada como uma segunda classe. Estão na base da sociedade, nos postos mais baixos, ganhando os menores salários ou mesmo sem direito à entrada no mercado formal.

É muito triste perceber que a cor da pele ainda determine como você deve ser tratado na sociedade e se você deve ou não ter direito à vida!

Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação e professor da FIAP/SP.


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