EXTINÇÃO

EXTINÇÃO

Ricardo Barros Sayeg

A crise gerada pela atual pandemia é terrível, mas irá ser contornada mais cedo ou mais tarde com o surgimento de uma vacina ou de medicamentos que combatam a doença. Entretanto, não é apenas o novo coronavírus que ameaça a humanidade.

Não podemos nos esquecer que Donald Trump, presidente dos EUA reduziu de forma ampla o que restava do regime de controle de armas, o que pode gerar um iminente conflito nuclear de grandes proporções no futuro. Além disso, Trump demonstra extremo desequilíbrio de comportamento. Num determinado dia ele afirma algo, no outro ele diz exatamente o oposto. Além disso, o presidente estadunidense e os republicanos em geral apoiam a pauta de devastação ambiental de diversos países.

Outro problema que, dessa vez, envolve nosso país é o aquecimento global. As queimadas e a devastação ambiental contribuem muito com isso. O governo brasileiro tem promovido a desmontagem dos órgãos de controle e de fiscalização dos biomas brasileiros, como a Floresta Amazônica, o Pantanal ou a Mata Atlântica. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem se juntado a madeireiros, pecuaristas e mineradores a fim de acabar com os recursos naturais e promover a exploração econômica desses locais. O que esse ministro menos faz é se preocupar com o meio ambiente. Isso não apenas prejudica o Brasil, mas também o mundo, afinal em vários desses biomas podem estar as respostas para o combate a uma série de doenças, o regime de chuvas de diversas regiões do planeta ou quem sabe até, dependendo do nível da devastação, o surgimento de uma nova pandemia.

Será que o relógio do Juízo Final está se aproximando cada vez mais da meia noite?

Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.

Fonte:

CHOMSKY, Noam. Internacionalismo ou Extinção. São Paulo: Crítica, 2020.


Relógio do Juízo Final: quanto mais perto da meia noite, mais próximo do final do mundo.



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