ALÔ! É O DOUTOR RUI!
Ricardo Barros Sayeg
O roubo do cofre do governador de São Paulo Adhemar de Barros que era conhecido pelo epíteto: "aquele que rouba mas faz." (acho que já ouvi essa frase se referindo a outro governador...) foi mais um desses atos espetaculares do movimento de oposição ao regime militar brasileiro, mais especificamente da organização Var-Palmares, a mesma da ex-presidente Dilma Roussef.
Adhemar de Barros tinha uma amante e guardava todo dinheiro da propina destinada a ele num cofre que era guardado na casa do irmão dela. A carioca Ana Benchimol,era a amada do chefe do Executivo paulista. Quando ela queria se comunicar com o excelentíssimo governador se identificava como "Doutor Rui". Nesses momentos Adhemar de Barros parava de pensar em roubar dinheiro da Saúde, da Educação ou das obras públicas e ficava hipnotizado pela voz de sua amante ao telefone.
O roubo com roteiro digno de Hollywood foi realizado no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, em 1969 e foram afanados do cofre do Adhemar cerca de 2,5 milhões de dólares (cerca de 13 a 14 milhões de reais nos dias atuais) o que serviu para financiar as ações da resistência ao regime.
Quando esse evento ocorreu, Adhemar já havia morrido há quatro meses. Seu cadáver deve ter se revirado no túmulo: tinha dado tanto trabalho roubar do povão!
Ana e a família negaram até o último momento de suas vidas que o que estava dentro do cofre era dinheiro da corrupção, mas ao que tudo indica era sim.
Será que os opositores ao regime queriam se utilizar daquela velha máxima: "quem rouba de ladrão tem cem anos de perdão?" Isso nós jamais saberemos. Nem saberemos se o dinheiro era mesmo do Adhemar... Rouba, mas faz!
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação e professor de História da FIAP/SP.
Fonte:
CARDOSO, Tom. O COFRE DO DOUTOR RUI. São Paulo: Civilização Brasileira, 2011.
Adhemar de Barros, figura importante da política paulista entre os anos 1930 e 1960.
Ricardo Barros Sayeg
O roubo do cofre do governador de São Paulo Adhemar de Barros que era conhecido pelo epíteto: "aquele que rouba mas faz." (acho que já ouvi essa frase se referindo a outro governador...) foi mais um desses atos espetaculares do movimento de oposição ao regime militar brasileiro, mais especificamente da organização Var-Palmares, a mesma da ex-presidente Dilma Roussef.
Adhemar de Barros tinha uma amante e guardava todo dinheiro da propina destinada a ele num cofre que era guardado na casa do irmão dela. A carioca Ana Benchimol,era a amada do chefe do Executivo paulista. Quando ela queria se comunicar com o excelentíssimo governador se identificava como "Doutor Rui". Nesses momentos Adhemar de Barros parava de pensar em roubar dinheiro da Saúde, da Educação ou das obras públicas e ficava hipnotizado pela voz de sua amante ao telefone.
O roubo com roteiro digno de Hollywood foi realizado no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, em 1969 e foram afanados do cofre do Adhemar cerca de 2,5 milhões de dólares (cerca de 13 a 14 milhões de reais nos dias atuais) o que serviu para financiar as ações da resistência ao regime.
Quando esse evento ocorreu, Adhemar já havia morrido há quatro meses. Seu cadáver deve ter se revirado no túmulo: tinha dado tanto trabalho roubar do povão!
Ana e a família negaram até o último momento de suas vidas que o que estava dentro do cofre era dinheiro da corrupção, mas ao que tudo indica era sim.
Será que os opositores ao regime queriam se utilizar daquela velha máxima: "quem rouba de ladrão tem cem anos de perdão?" Isso nós jamais saberemos. Nem saberemos se o dinheiro era mesmo do Adhemar... Rouba, mas faz!
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação e professor de História da FIAP/SP.
Fonte:
CARDOSO, Tom. O COFRE DO DOUTOR RUI. São Paulo: Civilização Brasileira, 2011.
Adhemar de Barros, figura importante da política paulista entre os anos 1930 e 1960.
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