TULSA, OKLAHOMA, 30 DE MAIO DE 1921
Ricardo Barros Sayeg
Por volta das 15 horas do dia 30 de maio de 1921, um jovem engraxate negro, Dick Rowland entrou no elevador no Drexel Building, prédio onde ficava o único banheiro que poderia ser utilizado pelos afrodescendentes. A ascensorista branca, Sarah Page deu um enorme grito.
Não se sabe até hoje o que causou o grito da ascensorista, entretanto, acredita-se que provavelmente o negro deve ter pisado no pé da funcionária branca.
Rowland foi detido e no dia seguinte o jornal Tulsa Tribune, irresponsavelmente, acusou o jovem negro de ter estuprado a funcionária. Para piorar, o jornal, num dos seus editoriais teve como título:
"Negro será linchado esta noite."
Naquela mesma noite uma multidão de brancos dirigiu-se à delegacia da cidade, mas o xerife resolveu não entregar o prisioneiro.
Ao mesmo tempo, negros que haviam lutado na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), e também armados dirigiram-se também à delegacia com o objetivo de defender Rowland. A ajuda foi recusada pelo xerife.
Quando os negros estavam se retirando, um branco tentou desarmar um negro e um tiro foi disparado. O conflito então, começou.
Frustrados por não terem conseguido linchar o jovem afrodescendente, os brancos da cidade começaram a atacar os negros aleatoriamente.
A polícia de Tulsa logo tratou de proteger os bairros brancos da cidade.
Pessoas de outras cidades vieram e passaram a saquear e a destruir lojas e comércios de Greenwood, um próspero bairo negro em Tulsa.
Até aviões foram utlizados durante o ataque!
Muitos cidadãos negros foram mortos covardemente.
O corpo de bombeiros chamado para conter os incêndios não atendia os chamados ou então demorava a atendê-los.
Quando a Guarda Nacional chegou à cidade na manhã seguinte encontrou a localidade completamente destruída, reduzida a escombros.
Em 2001, uma comissão independente que investigou os episódios relatou 39 mortos, sendo 26 negros e 13 brancos.
Os residentes de Greenwood relataram que tiveram um prejuízos de 1,8 milhão de dólares, mas as seguradoras se recusaram a cobrir os prejuízos.
Sarah page retirou as acusações contra Dick Rowland. Mesmo assim os negros foram acusados de dar início ao motim racial. Nenhum branco jamais foi responsabilizado pelos acontecimentos.
Vejam que a tensão racial está muito presente na história dos Estados Unidos há muito tempo. O episódio envolvendo George Floyd é só mais um numa história repleta de conflitos raciais naquele país.
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP
Tulsa, Oklahoma, durante os conflitos raciais de 30 de maio a 1 de junho de 1921
Ricardo Barros Sayeg
Por volta das 15 horas do dia 30 de maio de 1921, um jovem engraxate negro, Dick Rowland entrou no elevador no Drexel Building, prédio onde ficava o único banheiro que poderia ser utilizado pelos afrodescendentes. A ascensorista branca, Sarah Page deu um enorme grito.
Não se sabe até hoje o que causou o grito da ascensorista, entretanto, acredita-se que provavelmente o negro deve ter pisado no pé da funcionária branca.
Rowland foi detido e no dia seguinte o jornal Tulsa Tribune, irresponsavelmente, acusou o jovem negro de ter estuprado a funcionária. Para piorar, o jornal, num dos seus editoriais teve como título:
"Negro será linchado esta noite."
Naquela mesma noite uma multidão de brancos dirigiu-se à delegacia da cidade, mas o xerife resolveu não entregar o prisioneiro.
Ao mesmo tempo, negros que haviam lutado na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), e também armados dirigiram-se também à delegacia com o objetivo de defender Rowland. A ajuda foi recusada pelo xerife.
Quando os negros estavam se retirando, um branco tentou desarmar um negro e um tiro foi disparado. O conflito então, começou.
Frustrados por não terem conseguido linchar o jovem afrodescendente, os brancos da cidade começaram a atacar os negros aleatoriamente.
A polícia de Tulsa logo tratou de proteger os bairros brancos da cidade.
Pessoas de outras cidades vieram e passaram a saquear e a destruir lojas e comércios de Greenwood, um próspero bairo negro em Tulsa.
Até aviões foram utlizados durante o ataque!
Muitos cidadãos negros foram mortos covardemente.
O corpo de bombeiros chamado para conter os incêndios não atendia os chamados ou então demorava a atendê-los.
Quando a Guarda Nacional chegou à cidade na manhã seguinte encontrou a localidade completamente destruída, reduzida a escombros.
Em 2001, uma comissão independente que investigou os episódios relatou 39 mortos, sendo 26 negros e 13 brancos.
Os residentes de Greenwood relataram que tiveram um prejuízos de 1,8 milhão de dólares, mas as seguradoras se recusaram a cobrir os prejuízos.
Sarah page retirou as acusações contra Dick Rowland. Mesmo assim os negros foram acusados de dar início ao motim racial. Nenhum branco jamais foi responsabilizado pelos acontecimentos.
Vejam que a tensão racial está muito presente na história dos Estados Unidos há muito tempo. O episódio envolvendo George Floyd é só mais um numa história repleta de conflitos raciais naquele país.
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP
Tulsa, Oklahoma, durante os conflitos raciais de 30 de maio a 1 de junho de 1921
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