O FANTÁSTICO CASO DO PAÍS DO SOL E DAS LINDAS PAISAGENS QUE SE TRANSFORMOU EM TERRA DE MONSTROS

O FANTÁSTICO CASO DO PAÍS DO SOL E DAS LINDAS PAISAGENS QUE SE TRANSFORMOU EM TERRA DE MONSTROS
Ricardo Barros Sayeg

Custo a acreditar que o Brasil que até pouco tempo atrás era visto como um país do sol, da boa música, de gente receptiva e gentil tenha se tornado uma terra de monstros!
Quem não subiu no Cristo Redentor e viu a paisagem lá de cima: é de tirar o fôlego! Quem nunca se emocionou com as músicas de Tom Jobim, de João Gilberto, de Caetano, de Chico ou de Gil? Quem nunca se orgulhou das belezas da Mata Atlântica ou da Floresta Amazônica?
Pois bem, tudo isso nos últimos tempos deu origem a um país triste, desalentado, raivoso e rancoroso. Onde manifestações comandadas por uma jovem, com nome estrangeiro faz uma encenação em frente ao Supremo e seus seguidores seguram tochas em suas mãos, relembrando os supremacistas brancos estadunidenses; na qual o chefe da nação quer a qualquer custo armar a população, incentivando a morte; onde o ministro do Meio Ambiente quer "passar a boiada" sobre a floresta acelerando a devastação e ajudando a exterminar os povos indígenas; no qual uma ministra dos direitos humanos esconde dados sobre a violência policial; onde o presidente do país incentiva, numa live a invasão dos hospitais que tratam o novo coronavírus para que se filme o ambiente e se veja se de fato os leitos estão ocupados, colocando em risco a vida de seus seguidores, das equipes de Saúde e das próprias pessoas que estão sendo tratadas.
Honestamente, nunca pensei que nosso país, visto pelo mundo como um local belo e encantador se tornaria a ilha do ciclope da Odisseia de Ulisses. Por lá, o herói grego teve de furar o olho do monstro que se alimentava de carne humana para conseguir escapar. Por aqui, ao que parece, a aventura de Ulisses termina nessa ilha. Do jeito que as coisas estão ele jamais chegará a Ítaca. Ou chegará?

Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP

Na pintura, Ulisses fura o olho do ciclope e consegue fugir da ilha.
Nosso destino será o mesmo de Ulisses?


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