A COPA DE 1970 E O REGIME MILITAR BRASILEIRO
Ricardo Barros Sayeg
Em 1970 o Brasil vivia sob a ditadura dos militares. O presidente do país à época era o general Ernesto Garrastazu Médici e o país estava no auge da repressão. Médici imprimiu uma linha dura em seu governo. A imprensa era bastante censurada e opositores eram presos, torturados ou simplesmente mortos.
Era a época do "Brasil Ame-o ou Deixe-o" e do "Ninguém Segura este País". Parte da oposição ao governo optou pela luta armada para enfrentar os desmandos dos militares. As táticas mais comuns desses grupos eram o ataque a militares em serviço ou a representantes de nações estrangeiras que eram sequestrados em troca de opositores presos.
Nesse período a economia brasileira crescia mais de 10% ao ano: era o Milagre Brasileiro. Todavia, esse crescimento econômico não chegou aos mais pobres. A ideia, de acordo com aqueles que comandavam a fazenda do país era "fazer o bolo crescer para depois distribui-lo", coisa que nunca aconteceu. Houve também um aumento dos empréstimos obtidos no exterior, visto que o crédito era abundante e barato, bem como dos investimentos estrangeiros no Brasil.
A classe média passou a ter acesso a diversos bens de consumo, como automóveis e eletrodomésticos. Nesse clima bastante favorável do ponto de vista econômico, o Brasil conseguiu reunir os melhores jogadores no auge da sua forma física, capitaneados pelo melhor do mundo: Pelé.
O jogo final da Copa se deu contra a Itália, na cidade do México. O score foi de 4 a 1 para a seleção canarinho e pela primeira vez a Copa foi transmitida à cores pela TV há 50 anos atrás.
O governo militar usou e abusou da vitória do Brasil na Copa.
Muitos intelectuais de esquerda viram o futebol como o "ópio do povo", a política do circo que o governo tanto precisava para conseguir o apoio da população.
Enquanto muitos opositores eram submetidos a torturas nos porões dos quartéis do Exército ou dos órgãos de repressão, a população gritava: Gooool!!! Salve a Seleção! Viva o Brasil!
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.
Carlos Alberto Torres ergue a Taça Jules Rimet, no México: o Brasil se tornou tricampeão mundial de Futebol.
Ricardo Barros Sayeg
Em 1970 o Brasil vivia sob a ditadura dos militares. O presidente do país à época era o general Ernesto Garrastazu Médici e o país estava no auge da repressão. Médici imprimiu uma linha dura em seu governo. A imprensa era bastante censurada e opositores eram presos, torturados ou simplesmente mortos.
Era a época do "Brasil Ame-o ou Deixe-o" e do "Ninguém Segura este País". Parte da oposição ao governo optou pela luta armada para enfrentar os desmandos dos militares. As táticas mais comuns desses grupos eram o ataque a militares em serviço ou a representantes de nações estrangeiras que eram sequestrados em troca de opositores presos.
Nesse período a economia brasileira crescia mais de 10% ao ano: era o Milagre Brasileiro. Todavia, esse crescimento econômico não chegou aos mais pobres. A ideia, de acordo com aqueles que comandavam a fazenda do país era "fazer o bolo crescer para depois distribui-lo", coisa que nunca aconteceu. Houve também um aumento dos empréstimos obtidos no exterior, visto que o crédito era abundante e barato, bem como dos investimentos estrangeiros no Brasil.
A classe média passou a ter acesso a diversos bens de consumo, como automóveis e eletrodomésticos. Nesse clima bastante favorável do ponto de vista econômico, o Brasil conseguiu reunir os melhores jogadores no auge da sua forma física, capitaneados pelo melhor do mundo: Pelé.
O jogo final da Copa se deu contra a Itália, na cidade do México. O score foi de 4 a 1 para a seleção canarinho e pela primeira vez a Copa foi transmitida à cores pela TV há 50 anos atrás.
O governo militar usou e abusou da vitória do Brasil na Copa.
Muitos intelectuais de esquerda viram o futebol como o "ópio do povo", a política do circo que o governo tanto precisava para conseguir o apoio da população.
Enquanto muitos opositores eram submetidos a torturas nos porões dos quartéis do Exército ou dos órgãos de repressão, a população gritava: Gooool!!! Salve a Seleção! Viva o Brasil!
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.
Carlos Alberto Torres ergue a Taça Jules Rimet, no México: o Brasil se tornou tricampeão mundial de Futebol.
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