O FUTURO DO MUNDO APÓS A PANDEMIA
Ricardo Barros Sayeg
Qual será nosso futuro daqui há alguns anos? Será que a China irá superar os Estados Unidos como a maior potencia global? Essa atual pandemia do novo Coronavírus está acelerando esse processo?
Alguns estudiosos dizem que o fato de a China estar ocupando o lugar dos Estados Unidos como grande líder do globo já vinha ocorrendo há algum tempo. Mas se acelerou durante o governo de Donald Trump que, de certa forma, implementou uma política isolacionista, deixando assim, a política internacional num segundo plano.
Quando o número de mortes vinha se acentuando nos EUA, o presidente norte-americano escolheu a OMS como uma das principais culpadas e retirou as verbas repassadaa àquele organismo. A contribuição anual dos EUA era de 400 milhões de dólares à OMS (cerca de 15% do orçamento da instituição), a China contribuía com 80 milhões. Depois do corte dos Estados Unidos, a China aumentou sua contribuição em mais 30 milhões de dólares.
Trump também tem feito reiteradas acusações à China, dizendo que esse vírus foi fabricado em laboratório, que o governo chinês teria escondido no início a real dimensão da epidemia, entre outras afirmações que se mostraram erráticas ao longo do tempo.
Ao mesmo tempo em que os EUA abandonavam seu papel como os principais colaboradores em instituições ou programas multilaterais, a China tem ampliado seu espaço, criando uma política externa denominada "Política das Máscaras". Ela estaria enviando insumos e equipes médicas para o combate à pandemia do novo Coronavírus para alguns países do mundo (como a Itália, por exemplo).
Mesmo assim, a imagem da China foi desgastada na medida em que o país demorou a dar uma resposta à doença provocada pela COVID-19, logo no seu início.
E o Brasil nessa história? O governo Bolsonaro tem causado uma série de embaraços diplomáticos com os chineses: seja através de declarações do chanceler Ernesto Araújo, seja em função de falas de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e deputado federal (acusado de ter desenvolvido um vírus mental quando de suas visitas aos Estados Unidos, com políticos ligados a Trump pela diplomacia chinesa no Brasil) e também ao nosso tresloucado ministro da Educação Abraham Weintraub, com suas ofensas gratuitas aos chineses. Mas, ao que parece esses contratempos não serviram para minar de vez nossas relações econômicas com a China que, desde 1999, vem sendo o principal parceiro comercial brasileiro.
Mesmo após a pandemia, a luta comercial entre EUA e China irá continuar e a potência do oriente tentará ter o mesmo peso político que seu peso econômico no globo. Resta saber qual será o papel da China nesse novo cenário internacional.
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.
Ricardo Barros Sayeg
Qual será nosso futuro daqui há alguns anos? Será que a China irá superar os Estados Unidos como a maior potencia global? Essa atual pandemia do novo Coronavírus está acelerando esse processo?
Alguns estudiosos dizem que o fato de a China estar ocupando o lugar dos Estados Unidos como grande líder do globo já vinha ocorrendo há algum tempo. Mas se acelerou durante o governo de Donald Trump que, de certa forma, implementou uma política isolacionista, deixando assim, a política internacional num segundo plano.
Quando o número de mortes vinha se acentuando nos EUA, o presidente norte-americano escolheu a OMS como uma das principais culpadas e retirou as verbas repassadaa àquele organismo. A contribuição anual dos EUA era de 400 milhões de dólares à OMS (cerca de 15% do orçamento da instituição), a China contribuía com 80 milhões. Depois do corte dos Estados Unidos, a China aumentou sua contribuição em mais 30 milhões de dólares.
Trump também tem feito reiteradas acusações à China, dizendo que esse vírus foi fabricado em laboratório, que o governo chinês teria escondido no início a real dimensão da epidemia, entre outras afirmações que se mostraram erráticas ao longo do tempo.
Ao mesmo tempo em que os EUA abandonavam seu papel como os principais colaboradores em instituições ou programas multilaterais, a China tem ampliado seu espaço, criando uma política externa denominada "Política das Máscaras". Ela estaria enviando insumos e equipes médicas para o combate à pandemia do novo Coronavírus para alguns países do mundo (como a Itália, por exemplo).
Mesmo assim, a imagem da China foi desgastada na medida em que o país demorou a dar uma resposta à doença provocada pela COVID-19, logo no seu início.
E o Brasil nessa história? O governo Bolsonaro tem causado uma série de embaraços diplomáticos com os chineses: seja através de declarações do chanceler Ernesto Araújo, seja em função de falas de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e deputado federal (acusado de ter desenvolvido um vírus mental quando de suas visitas aos Estados Unidos, com políticos ligados a Trump pela diplomacia chinesa no Brasil) e também ao nosso tresloucado ministro da Educação Abraham Weintraub, com suas ofensas gratuitas aos chineses. Mas, ao que parece esses contratempos não serviram para minar de vez nossas relações econômicas com a China que, desde 1999, vem sendo o principal parceiro comercial brasileiro.
Mesmo após a pandemia, a luta comercial entre EUA e China irá continuar e a potência do oriente tentará ter o mesmo peso político que seu peso econômico no globo. Resta saber qual será o papel da China nesse novo cenário internacional.
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e professor da FIAP/SP.
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