O BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: A VISÃO DOS SOLDADOS
Ricardo Barros Sayeg
Alguns estudiosos afirmam que o Brasil entrou tardiamente na Segunda Grande Guerra e que seu papel não teria sido tão relevante assim. Entretanto, a Força Expedicionária Brasileira que foi organizada pelo Estado Novo de Vargas (1937-1945), foi fundamental numa das principais frentes de Guerra, no sul da Itália. A entrada do Brasil no conflito ocorreu em 1944, e as condições da FEB eram bastante precárias. Na época, muitos pracinhas não tinham uniformes adequados ao seu tamanho, nem sequer coturnos, mas mesmo assim lutaram bravamente e venceram os nazistas naquela região do sul da Europa. Todavia, ao contrário do que foi difundido durante algum tempo, nossos soldados não eram raquíticos, desdentados ou analfabetos. A maior parte era oriundo das regiões sudeste e sul do país, as mais ricas do Brasil, na segunda metade dos anos 1940, e tinham bons hábitos alimentares introduzidos pelos europeus.
O Exército brasileiro lutou ao lado dos norte-americanos, mas poucos eram os que tinham algum conhecimento da Língua Inglesa.
A maioria de suas correspondências eram censuradas por motivos de segurança. Por isso, as pesquisas existentes se baseiam principalmente nos depoimentos dos militares sobreviventes, de materiais de guerra ou poucos documentos escritos.
Um estudo bastante interessante é o realizado por Cesar Campiani Maximiano que resultou no livro BARBADOS, SUJOS E FATIGADOS - SOLDADOS BRASILEIROS NA SEGUNDA GUERRA. A obra trás o relato de alguns combatentes que participaram do conflito
Neles se vê que os praças brasileiros eram mal preparados e a comunicação com os norte-americanos se dava através de gestos ou de alguns soldados dos Estados Unidos que dominavam o português ou o espanhol.
A maioria dos relatos fala da dureza dos campos de batalha, da saudade da família, da crueldade com a qual os inimigos eram tratados, da ração ruim que era distribuída aos nossos combatentes, no preparo da tropa e no combate nas trincheiras.
Nesses relatos nossos soldados não vêem a Guerra como um feito heróico. Ao contrário, vêem como uma situação triste, na medida em que há muito sofrimento, dor e mortes.
O momento mais comemorado por todos é saber que o conflito tinha acabado, com a vitória dos Aliados e com a certeza de que a maioria voltaria para casa!
Baseado na obra:
MAXIMIANO, Cesar Campiani. BARBADOS, SUJOS E FATIGADOS - SOLDADOS BRASILEIROS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. São Paulo: Grua, 2010.
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação e professor da FIAP/SP.
Soldados da Força Expedicionária Brasileira, que lutaram no sul da Itália, ao lado das tropas norte-americanas.
Ricardo Barros Sayeg
Alguns estudiosos afirmam que o Brasil entrou tardiamente na Segunda Grande Guerra e que seu papel não teria sido tão relevante assim. Entretanto, a Força Expedicionária Brasileira que foi organizada pelo Estado Novo de Vargas (1937-1945), foi fundamental numa das principais frentes de Guerra, no sul da Itália. A entrada do Brasil no conflito ocorreu em 1944, e as condições da FEB eram bastante precárias. Na época, muitos pracinhas não tinham uniformes adequados ao seu tamanho, nem sequer coturnos, mas mesmo assim lutaram bravamente e venceram os nazistas naquela região do sul da Europa. Todavia, ao contrário do que foi difundido durante algum tempo, nossos soldados não eram raquíticos, desdentados ou analfabetos. A maior parte era oriundo das regiões sudeste e sul do país, as mais ricas do Brasil, na segunda metade dos anos 1940, e tinham bons hábitos alimentares introduzidos pelos europeus.
O Exército brasileiro lutou ao lado dos norte-americanos, mas poucos eram os que tinham algum conhecimento da Língua Inglesa.
A maioria de suas correspondências eram censuradas por motivos de segurança. Por isso, as pesquisas existentes se baseiam principalmente nos depoimentos dos militares sobreviventes, de materiais de guerra ou poucos documentos escritos.
Um estudo bastante interessante é o realizado por Cesar Campiani Maximiano que resultou no livro BARBADOS, SUJOS E FATIGADOS - SOLDADOS BRASILEIROS NA SEGUNDA GUERRA. A obra trás o relato de alguns combatentes que participaram do conflito
Neles se vê que os praças brasileiros eram mal preparados e a comunicação com os norte-americanos se dava através de gestos ou de alguns soldados dos Estados Unidos que dominavam o português ou o espanhol.
A maioria dos relatos fala da dureza dos campos de batalha, da saudade da família, da crueldade com a qual os inimigos eram tratados, da ração ruim que era distribuída aos nossos combatentes, no preparo da tropa e no combate nas trincheiras.
Nesses relatos nossos soldados não vêem a Guerra como um feito heróico. Ao contrário, vêem como uma situação triste, na medida em que há muito sofrimento, dor e mortes.
O momento mais comemorado por todos é saber que o conflito tinha acabado, com a vitória dos Aliados e com a certeza de que a maioria voltaria para casa!
Baseado na obra:
MAXIMIANO, Cesar Campiani. BARBADOS, SUJOS E FATIGADOS - SOLDADOS BRASILEIROS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. São Paulo: Grua, 2010.
Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação e professor da FIAP/SP.
Soldados da Força Expedicionária Brasileira, que lutaram no sul da Itália, ao lado das tropas norte-americanas.
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