A ECONOMIA É O MÉTODO. O OBJETIVO É MUDAR A ALMA.

"A ECONOMIA É O MÉTODO. O OBJETIVO É MUDAR A ALMA."

A frase acima é da Primeira Ministra britânica Margaret Thatcher. A teoria econômica neoliberal vem se mostrando bem sucedida em evitar um aprimoramento do sistema democrático, através da conquista de direitos e liberdades pelos cidadãos. Nesse sentido, o neoliberalismo é vendido como uma doutrina que promete a liberdade de escolha, mas na prática parte do pressuposto da falta de alternativas. Assim, é necessária uma reforma trabalhista que retira os direitos dos trabalhadores e sua dignidade. É fundamental uma reforma previdenciária que puna severamente os mais velhos. É crucial um programa de diminuição do Estado, senão não haverá futuro para o país e por aí vai.
E o Estado de bem estar social, que estava surgindo no Brasil na época dos governos populares, garantidor de direitos, passa a ser visto como um potencial inimigo. Não só no discurso, mas também na prática, pois tal doutrina econômica - o neoliberalismo - encarrega-se de mantê-lo sob o domínio das oligarquias.
Friederich Hayeck e Ludwig von Mises, entre outros, foram os criadores do termo NEOLIBERALISMO, numa reunião de pensadores econômicos, em 1938, em Paris. Eles acreditavam que o Estado de bem estar social era tão perigoso quanto o nazismo ou o socialismo. Naquela época, enquanto Roosevelt criava sua política de recuperação econômica e social nos EUA, após a Grande Depressão de 1929, a Grã-Bretanha também implementava sua política de bem-estar social.
Friederich Hayeck, em sua visita ao Chile de Pinochet, chegou a afirmar que preferia "uma ditadura liberal, em vez de um governo democrático desprovido de liberalismo."
O neoliberalismo geralmente é implementado nos países em momentos de choque. Milton Friedman, outro pensador de viés neoliberal, chegou a descrever o furacão Katrina como uma "oportunidade para reformar radicalmente o sistema educacional de Nova Orleans", considerado muito universal por ele.
E essa pandemia pode ser uma ótima oportunidade, e já está sendo, de aumento do desemprego em massa e da retirada rápida dos direitos de todos os trabalhadores e, inclusive, de pequenos e médios empreendedores que se achavam imunes às crises, iludidos por governos que, aparentemente, lhes davam atenção.

Baseado em:
CARVALHO, Laura. VALSA BRASILEIRA - DO BOOM AO CAOS ECONÔMICO. São Paulo: Todavia, 2018.

Margaret Thatcher, implementadora do estado mínimo na Grã-Bretanha


Ricardo Barros Sayeg é diretor de escola da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, professor da FIAP/SP, mestre em Educação pela USP e formado em História e Pedagogia pela mesma universidade.

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