SÉRGIO: NOSSO VERDADEIRO HERÓI





Naquele dia, Sérgio acordou cedo e foi tomar seu café da manhã. Tomou assento no carro que compunha o comboio e partiu para a sede da Organização das Nações Unidas, em Bagdá, no Iraque, para uma entrevista coletiva. Era 19 de agosto de 2003.
Os repórteres estavam organizados e Sérgio Vieira de Mello, do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e principal representante da organização internacional no país sentou-se na cadeira bem ao centro da sala. Ao seu lado outros funcionários compunham a banca.
De repente, uma forte explosão quase destruiu o prédio. O segundo andar, onde estava sendo concedida a entrevista veio abaixo. Sergio sobreviveu por algumas horas em meio aos escombros, depois veio a óbito.
Mas quem foi Sérgio Vieira de Mello?
Filho de diplomatas, Vieira de Mello nasceu no Rio de Janeiro no dia 15 de março de 1948, mas passou boa parte de sua vida pelo mundo. Estudou Filosofia na Sorbonne, em Paris e participou das manifestações de maio de 1968.
Era um sujeito que defendia os direitos humanos e gostava do que fazia. Procurava conhecer as características da população local antes de iniciar seu trabalho.
Sua atividade mais importante se deu no Timor Leste, quando conseguiu pacificar o país e ajudar no processo de independência daquela nação. Antes disso, tinha passado por vários países da África.
Demorou um pouco para aceitar essa nova empreitada no Iraque, mas depois da insistência de Kofi Annan, Secretário Geral da ONU, acabou concordando com mais essa árdua tarefa.
Não à toa era odiado pela Al Qaeda e por Osama Bin Laden, que viam o Timor Leste como parte da Indonésia, um país de maioria muçulmana e que com a independência ganhava novos fiéis do cristianismo.
Se o Brasil necessita de heróis nesses tempos de vilões, idiotas e intolerância, podemos muito nos orgulhar de Sérgio Vieira de Mello, um sujeito que sabia ouvir e, principalmente, dialogar.

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