CIÊNCIA E RELIGIÃO

Ciência e Religião são aspectos diferentes da experiência humana no planeta. Enquanto a ciência possui bases racionais e se preocupa com explicações baseadas em evidências cuidadosamente coletadas e apuradas, a religião se baseia na fé e nos seus dogmas. Apesar da fé ser importante na satisfação pessoal e na busca de um estado moral, ela não forma engenheiros, químicos ou biólogos. A fé não foi a responsável pelas inúmeras conquistas da humanidade na Física ou na Medicina. Não sequenciou o genoma humano ou desenvolveu a penicilina. Tais conquistas só foram obtidas através do desenvolvimento da ciência e da tecnologia. E esse desenvolvimento só é obtido através de um tripé. A primeira perna do tripé refere-se aos investimentos na ciência, cada vez mais escassos no Brasil, a segunda é a formação de recursos humanos: engenheiros, médicos e cientistas que trabalharão para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. A terceira corresponde ao reconhecimento de uma opinião pública letrada científica e tecnologicamente.
E esses dois últimos pés do tripé só serão bem sustentados com um ensino de ciências de qualidade no ensino básico e superior.
Se misturarmos ciência e religião para a explicação do mundo, corremos o risco de um retrocesso e de mergulharmos numa era de obscurantismo. Estaremos também comprometendo o futuro das gerações.
E cada vez estamos vendo essa confusão no mundo ocidental. Oxalá os governos acordem e dêem a ciência o devido valor que ela merece para a explicação do mundo e para a evolução da humanidade.

Texto baseado em:

 SOUZA, Sandro de. A GOLEADA DE DARWIN (sobre o debate criacionismo/darwinismo). São Paulo: Record, 2009.